Acordo e olho-te a dormir entre os lençóis. E tudo é tão.
Faço um café, sento-me na cama e olho-te a dormir entre os lençóis. E tudo é tão. Tão tudo isso dentro de mim que grita. Que quer ir embora, fugir uma fuga que não pára de correr e, ao mesmo tempo, procura desesperadamente motivos para ficar. Mexes-te na cama e é tão. Não sei que fazer.
E na realidade, não estás mesmo lá. É apenas o meu pensamento que ainda está tão. Tão perto de nós e do teu corpo e do meu e do abraço infinito em que as mãos e as pernas se entrelaçam, os suspiros enchem as quatro paredes do quarto e a lua é nossa testemunha.
Entregamos o corpo tão. Tão meigo que os nervos se sentem à flor da pele enquanto os meus dedos escorregam nas tuas costas, as minhas mãos te agarram as pernas e mergulhamos um no outro.
O meu corpo quer procurar-te desde o instante em que trocamos olhares tão. Tão cheios de carinho camuflado em desejo como se fosse a primeira ou a última vez que te vejo. Que te tenho.
Volto-me na cama e é tão. Tão cheio de saudade que deixaste cá ficar. Tão cheio do teu sabor que me deixa a cabeça zonza.
Palavrões 